domingo, 28 de junho de 2009

Retro Abril/2009 – Meia Maratona de Montanha de Segovia





Já tinha essa prova na cabeça fazia algum tempo. Com 22km e 1300 metros de desnível positivo,  a corrida era um bate e volta ao Pico do Penalara, ponto mais alto da Sierra Norte de Madrid (2400m) e seria um bom treino para o meu objetivo maior no semestre: o Maraton Alpino Madrileno, com 42km e 5000+ m de desnível positivo.


Fiquei esperando a Maratona de Madrid passar para avaliar se agüentaria fazer a meia apenas 2 semanas depois, e foi ai que começaram os erros que me levariam a lesão da qual o próximo post vai falar.


Três dias depois da maratona as dores musculares e no joelho diminuíram. Achei que dava e fiz a inscrição... No dia seguinte, me apareceu uma dor no pé que identifiquei com facilidade: tendinite. Preocupado, resolvi suspender completamente os treinos de corrida até a prova de Segovia e “ver no que dá”.

Depois de alguns problemas para chegar na largada (não havia vagas em hotéis, e nem meios de transporte que me levassem até a largada a tempo), peguei um trem, consegui uma carona e  larguei no horário previsto.


O percurso teve que ser alterado pela quantidade de neve na parte alta da montanha, mas nem por isso a prova ficou menos bonita ou dura. Estaria perfeita se não fosse o meu desempenho sofrível a partir da metade da subida. Admissível, se considerarmos a falta de treinos específicos (em Madrid não há montanhas) e a maratona recém completada.


Impressionante era ver os líderes da prova descendo enlouquecidos, com os joelhos já bastante ralados, e tomando tombos incríveis, que pareciam não sentir.

Na descida consegui recuperar um bom numero de posições e ainda tive gás para um duelo particular com um outro atleta nos últimos 2km da prova. Cruzei a linha de chegada com 2h39min e acabei ficando com a posição.


Parabéns aos organizadores, que nos presentearam com subidas duras, lama, córregos de degelo,  terreno de alta montanha, e neve pelas canelas. Enfim, tudo que uma prova assim deve ter.


Reportagem bem legal sobre a prova: http://www.youtube.com/watch?v=heqza0F4z1c





sábado, 13 de junho de 2009

Reproduzindo...

Reproduzo aqui um e-mail que recebi do Bruno Simão, camarada la de BH, com o video da queda do Menchov no Giro d'Italia. Explicação abaixo:

"Explicando:

Esse ano teve o Centesimo Giro de Italia, uma volta na Italia de 3500 km em 20 dias. Uma das Mais famosas competicoes do mundo!

Esse ciclista do filme é um Russo e estava liderando a prova e vestindo a camisa rosa de lider até a 20a etapa, última, que era um contra relógio de apenas 15km em Roma.

Contra relógio é quando sai um por um e vence quem faz o melhor tempo!  Como ele era o lider, ele tinha o direito de ser o último a largar.

Só que o segundo lugar, apenas 26 segundos atrás dele é um italiano, ídolo na Italia, Danilo de Lucca... E a Italia inteira tava secando o Russo ( Denis Menchov)

Aí ele tava indo muito bem e faltando 1 km, ele capotou no plano!!!!!! O país inteiro ficou em silencio

Só que em questão de segundos ele levantou, jogou um bike de 50 mil reais pro lado (a equipe dele já tinha preparado outra e ele continuou e venceu!!

Dizem que foi um dos momentos mais tensos da história do ciclismo... Kilometro final... 100 Giro de Italia... em Roma... Italiano em segundo..."


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Retro abril/2009 - Maratona Popular de Madrid

Depois de resolver os tramites burocráticos clássicos de véspera de prova, fui jantar risoto de tomate seco com postas de salmão, em casa mesmo, até porque a situação está russa, e não me permite esses luxos gastronômicos em restaurantes. Como véspera de prova importante é sempre uma caixinha de surpresas, algo tinha que acontecer: engoli uma espinha de peixe que ficou “fincada” na minha garganta. Água pra levar na enxurrada, risoto pra levar na avalanche, miolo de pão pra seguir os conselhos da vovo. Tentei de tudo...e nada!


O jeito foi ir para o hospital e tira-la de maneira mais científica.  Minha sorte foi que não demorou muito e as 2 da manha eu já estava indo dormir.


Na manha de domingo fazia bastante frio (6 graus) e caia uma chuva fina. Exagerei na vestimenta e tive que carregar um monte de coisas até encontrar com a Sandrinha, que foi me dar uma forca, ali pelo km 17.


Contrário do que parecia que ia acontecer, na prova tudo correu bem... Sai um pouco mais forte que havia planejado e passei no km 6 uns 2 minutos abaixo do previsto. Daí em diante acertei o ritmo e segui bem, passando a meia maratona para 1h49min. Mantive um ritmo relativamente confortável, com o objetivo de não encontrar nenhum muro no meu caminho, nem tampouco o famoso urso do km 34.


Quando cheguei ao 35o km,  apesar de já um pouco cansado, me sentia bem e resolvi tentar forçar um pouco o ritmo até o fim da prova, mesmo sendo um trecho de subida. Encaixei um 5 min/km  (o planejado pro trecho era algo em torno de 5:45 min/km) e cruzei a linha de chegada de minha primeira maratona com 3h35min17seg, 13 minutos abaixo do que eu havia planejado.


As conclusões foram que uma maratona realmente é uma prova dura e deve ser respeitada. No entanto, não é a monstruosidade que tantos dizem. Percebi que é possível termina-la abaixo das 3h25min, e essa é minha meta para a próxima. Paris 2010, quem sabe...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Retrospectiva abril/09 - Treino para a Maratona de Madrid

O treinamento para a Maratona de Madrid começou na segunda semana de janeiro, o que me dava 15 semanas  para me preparar. Parecia suficiente, mesmo depois de 17 dias de férias na Itália, regada a vinho e quase sem nenhum esporte (exceto por 5 dias de snowboard nos Alpes). E acho que teria sido suficiente, não fossem 2 “imprevistos” que apareceram no caminho, e me fizeram duvidar um pouco do meu condicionamento no dia da prova.


O primeiro furo no planejamento ocorreu por um bom motivo, o carnaval do Rio de Janeiro. Depois de 6 meses morando em Madrid, tive uma (merecida) semana de festa e nada de treinos. Nem uma corridinha sequer.


O segundo também pode ser justificado: fiz o Caminho de Santiago de bike, o que acho que me deu uma boa “bagagem” para provas de fundo, pois pedalava aproximadamente 5 – 7h por dia, por oito dias seguidos. No entanto, me preocupava o fato de ter terminado o Caminho exatos (e apenas) 16 dias antes da maratona, e de ter-lo feito justo na semana que deveria ter alcançado meu pico de volume de corridas, incluindo ai um treino de 32km (o mais longo de todo o período de treinamento). Para piorar um pouco, no início do penúltimo dia do Caminho encontrei um grupo de ciclistas de Valencia e acabei seguindo com eles até Santiago em um ritmo acima do “confortável”, totalizando 120km nesse dia.


É interessante como funciona nossa cabeça quando estamos treinando sério para uma prova dura. Durante o Caminho de Santiago,  com a paranóia de não estar correndo no momento chave do treinamento, tentei sair para correr duas vezes depois de terminar o pedal. Na primeira fiz uns 12km, bem tranqüilos, e me senti bem. Na segunda, havia planejado fazer os 32km que ficaram faltando, ou chegar o mais próximo disso que conseguisse. Para isso fiz só 40km de pedal nesse dia, e saí para correr. Agüentei 8km. Minhas pernas estavam arrebentadas e me senti um pouco enjoado. Afinal, aceitei que estava fazendo uma idiotice forçando a barra, e desfrutei o resto do Caminho apenas pedalando.


Com esses contratempos, acabei  indo para a Maratona tendo como treino mais longo um 27km, feito 5 semanas antes da prova. Apesar da tentação de cometer mais uma idiotice, e tentar fazer um treino longo em algum momento depois do Caminho de Santiago para compensar os treinos perdidos, consegui resistir.